Eu nunca escrevi sobre você. Esse fato tem duas explicações: a primeira é o momento que você esteve na minha, de fato 2018 está na minha galeria de pior ano; o segundo motivo é que você nunca foi um ponto de paz, pelo contrário, você era o reflexo perfeito daquele ano.
Poucos são os registros que guardo, todos mentais, já que, apaguei todas as fotos, conversas, seu número e tudo que lembre você. Um desses registro é aquele vídeo que a câmera fez no automático enquanto eu estava cozinhando e você veio me dar um abraço e um beijo. Acho que aqueles 4 dias de semana santa foram os únicos, de fato, felizes em nossa conturbada relação.
Eu lembro você me contando, durante uma longa noite, o quanto você era apaixonada por ele(sempre nas entrelinhas). Nesse dia, eu não percebi que, nós dois, éramos somente o tempo que você precisava para superar o orgulho.
E por qual razão você veio para aqui hoje? Te explico. No meu exercício mental de entender que tudo fortalece, eu lembrei que esse ano, depois de 6 anos, eu te vi!
Barulho, luz, muita gente e no primeiro olhar, surpresa! Barulho, luz, uma atenção maior e no segundo olhar, certeza! Mais barulho, luz apagando, gente falando e no terceiro olhar, lembrança! Barulho, luz, você caminhando em minha direção, um cara te puxou pelo braço, sua cunhada falava insistentemente para ele soltar, você estava calada e no quarto olhar, alívio. Parou o som, a luz ficou mais forte, eu te vi atentamente debruçada sobre a mesa, e no quinto olhar, felicidade, 2018 passou!
Naquele dia eu lembrei de uma frase de Camus que estava naquele livro que eu te dei de presente: "Não se pode criar experiência. É preciso passar por ela"
Será que um dia terei uma crônica sua sobre mim?
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