Ela chega de repente e abre a porta
Se instala sem mandar explicação
Não mandou nenhum aviso ao coração
Só chegou e virou tudo a minha volta
Ela olha nos meus olhos sem receio
Por saber que de repente me domina
E conhece com certeza a minha sina
Desvendando lentamente os meus anseios
Ela faz na minha vida uma bagunça
Aguçando as mais fundas sensações
Dos amores e as maiores emoções
Das tristezas e alegrias de criança
Mas ontem, ela veio diferente
Chegou perto da hora de dormir
Trouxe o cheiro e jeito de sorrir
Que eu via de manhã em minha frente.
Ela, ontem, chegou desesperada
Me tirou a paz e o sossego
Pois me fez lembrar do seu cabelo
Que travesso, muitas vezes bagunçava
Ela, ontem, abriu todas essas portas
Retirou as cortinas da janela
Me deixou tão exposto ao prazer dela
Que foi fácil constatar minha derrota
Ela, ontem fez questão de desenhar
O seu corpo e as suas tatuagens
Colocando minhas mãos em sua face
Derrotando meu instinto de negar
Ela, ontem, fez brotar as emoções
Do inverno rigoroso do Alasca
Que somente a Primavera abençoada
É capaz de ressurgir do frio chão
E eu, completamente sem resposta
Perdido pela força que ela tem
Não saiu da minha boca um porém
Só sentei e esperei ela ir embora.
Nesse instante foi então que veio a tona
Que a saudade é o maior dos sentimentos
Pois entra sem nenhum consentimento
Dominando a nossa vida como dona
E agora que por dona ela se julga
Eu parei de tentar botar pra fora
Resolvi não trancar a minha porta
E eu mesmo sair pela procura
Queria eu fazer de sua vida uma bagunça...
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