Tentei fugir

Ao tentar fugir de algo

O mundo te mostrar cedo

Que partir nunca resolve 

Pois fugir não cura o medo

Levamos nossos pertences 

Mas, ficam nossos desejos.

Os desejos são as molas 

Que levantam nossas vidas

Que dão força de manhã 

E nos guiam na corrida

São as placas na estrada

Que nos mostram as saídas

Quando uma dessas placas 

Sem razão está quebrada

A gente parece achar 

Que a estrada está errada

E tende a fugir da rota 

Numa fuga atrapalhada

A gente foge da estrada 

Tentando dela esquecer 

Entra na primeira curva 

Sem saber o que fazer 

Correndo da nossa vida

Até nela se perder 

E quando a gente se perde 

Olha que não fez nada

Porque fugiu como doido

De forma destrambelhada

Deixando nossos desejos

Na curva daquela estrada

A gente observa então 

Que o desejo e o coração 

Juntos fazem morada

Sozinhos perdem razão

Nasceram para viver juntos 

Em eterna comunhão

E eu que tentei fugir 

Me senti tão imperfeito

Que olhando no espelho

Só pude ver o meu medo

Precisei voltar correndo 

Em busca do meu desejo.