Momentos de espera no vai vem dessas estradas.
Estava da metade para o final do ano, eles já se conheciam a distância, de vista, ou como se fala, o rosto e o nome eram familiares. Ela era bonita, estilosa e bancava de atriz nas horas vagas. Ele era vaidoso, o sorriso era fácil e bancava de músico e poeta. tiveram a primeira conversa de forma atrapalhada, digamos assim, até engraçada, mantiveram o contato pela internet e se aproximaram de uma maneira tão abrupta que logo se tornaram parte um do outro.
Ela quis muito logo de cara, se entregou profundamente, era sua maneira de amar, rápida e direta. Ele se assustou, amava lentamente, era agitado no agir, mas sereno no pensar e sentir, foi se entregando lentamente, teimou algumas vezes, disse que não era a hora, que não estava pronto e que era melhor que ela também pensasse bem, pois ele era muito indeciso e considerava que poderia fazer ela sofrer. Ele não mentia, de fato era muito medroso com essa história de se apaixonar.
Mas, ela o envolveu, viveram uma curta, mas linda e intensa história. Ele sentiu medo novamente, as coisas caminhavam muito rapidamente, quando olhou, já estava completamente mergulhado, não pisava mais o chão, nem via a saída. Então veio a ansiedade, o medo, a vontade de garantir que tudo aquilo era de verdade. Mas a pressa não ajuda os que vivem, veio a briga, o afastamento a vontade dela de querer foi misturada a vontade dele de fugir e a distância transformou toda aquela certeza em dúvida.
Ela se isolou, ele acompanhou o isolado. Dias sem se falar, orgulho em resistir a saudade e finalmente ela entendeu de não querer. Nesse instante a vida brincou com ele. A saudade batia com tanta força que ele jogou todo o orgulho fora, colocou a esperança em uma mala e correu para bater na porta e mostrar o querer que a saudade tinha despertado. A porta não se abriu, as certezas dele foram quebradas ao meio pela posição dela de se manter ali, como se todo o querer tivesse sido gasto de uma vez só, era a prova de sua intensidade.
Então ele voltou, tirou da mala a esperança, guardou na última caixinha do armário e deixou lá. Consertou uma coisa aqui a outra ali, tirando o querer de tudo que estava próximo e colocando junto da esperança, em outra caixinha. De forma culposa não fechou bem as tampas, queria mesmo que um dia o querer e a esperança pudessem se juntar novamente. Por amigos, soube que ela também tinha feito o mesmo, deixando as caixas coladinhas e as tampas abertas, mas, lembrou de uma coisa, nem ele nem ela têm a caixinha do controle do tempo, espera de verdade que um dia o querer dela encontre o querer dele ás 18 horas de uma noite de primavera. Por que a primavera? É nela que floresce os desejos do querer e da esperança.
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